
Jota Carlos precisava ganhar tempo. Não comentaria nada sobre a carta. Não por enquanto. Não até que tivesse certeza de que era o melhor a fazer. Cecou o rosto e voltou para o quarto, onde o chefe de investigações e o consul brasileiro lhe aguardavam.
-Muito bem senhor Jota Carlos, o senhor tem alguma idéia de quem possa ter feito isso com Giorggio? algum inimigo, ameaça?
-Não senhor. Nem imagino. Era um homem bom. Querido por todos. Não consigo imaginar as razões para tal brutalidade.
-Por que no seu quarto?
-Tínhamos um encontro. Iríamos conversar sudo sobre a morte do santo padre. Coisas de trabalho. Ele, como eu, estava perplexo com tudo isso.
- A que horas o senhor deixou o hotel, onde e com quem esteve?
O depoimento se arrastou por duas horas. Apesar do desgaste emocional natural a estas situações, Jota Carlos suportou bem a maratona de perguntas a que foi forçado a responder. A dor da perda do amigo, no entanto, o deixara exasto.

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