
Assim que viu a pequena multidão e a portaria do hotel isolada pelos policiais pensou em Giorggio. Foi empurrando curiosos e pedindo passagem até que chegou ao primeiro policial que montava o cordão de isolamento.
- Estou hospedado aqui.
Sem dizer uma só palavra o policial sinalizou para um oficial que assentiu com a cabeça para que o deixassem passar.
- Brasiliano?
-Sim
-O senhor é Jota Carlos?
-Sim
-venha comigo.
Jota Carlos pressentia que algo havia acontecido com seu melhor amigo. Confuso, seguiu o policial sob os olhares consternados dos funcionários. Giulia, a garçonete, não escondia a dor e as lágrimas. Era o prenúncio de que Giorggio era a razão de toda aquela mobilização policial e de curiosos. Giulia e Giorggio estavam saindo juntos há poucas semanas. Foi Jota Carlos quem os apresentou e fez de tudo para que a moça cedesse às resistências e namorasse um homem 20 anos mais velho. Giorggio estava apaixonado e feliz. Giulia também se apaixonara e já fazia planos de se unir ao jornalista italiano. Jota Carlos seguiu o policial atônito até as escadas, pois o elevador estava interditado e sendo periciado. Já no quarto andar e sem fôlego, em consequência dos dois maços de cigarros consumidos por dia, viu a porta de seu quarto aberta e flashes sendo disparados seguidamente. Eram os peritos que registravam cada ângulo do corpo inerte sob o tapete e junto à porta. O corpo de Giorggio.

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