domingo, 27 de janeiro de 2008
Da entrada da grota vieram vozes. O som de escudos e espadas já não permitiam dúvidas: estava condenado. A sentença já estava próxima. Olhou para os papéis manchados de sangue e começou a cavar por entre uma fenda de rochas. Eram essas anotações que lhe custaram a vida? pois que as procurem. E amaldiçoado sejam seus algozes. Amaldiçoado seja Jesus. Cobriu a fenda com fezes e se afastou do local. Uma imensa dor lhe tomou a nuca. Caiu e só viu o sorriso do soldado que lhe cravara a espada no pescoço. E a noite se fez. Soldados com tochas acesas tomaram a grota que lhe serviu de refúgio nas últimas três semanas. O odor fétido enfurecia os militares. Alguns vomitavam e deixavam rapidamente o local, mas eram forçados a voltar pelo oficial. Tudo teria que ser vasculhado. E assim foi por quatro dias e noites. Até que a grota foi incendiada por ordem do governo. Galhos secos e óleo serviram de combustível para as chamas. Era preciso ter a certeza de que nada sobraria naquele lugar. Nem as cinzas de Josuá. Que os demônios o tenha.
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