Daquele homem alegre e próspero nada sobrara. Nos momentos de cólera chegou a pensar em se entregar, destruir os papéis. Mas estava condenado. Os cristãos queriam calá-lo para sempre. O governo expô-lo e depois condená-lo à cruz. Não tinha mais amigos em quem confiar. Era um renegado de sua gente. Quem com ele estivesse e não o entregasse estaria sobre a mesma condenação. Jesus já estava morto. E seu corpo havia sido roubado pelos anciãos do templo. Os aleijados e cegos que supostamente teria curado tinham desaparecido. Ninguém ousava questionar as ordens do governo, nem as versões dos religiosos de que o filho de Deus havia sido morto e renascido. Eram dias de conspirações. E todas elas tinham como objetivo a sua morte. Josuá estava entregue ao abandono da condenação certa. A cólera o tomava por inteiro. Exausto, faminto, ferido juntou o que lhe restara de força e carne ao se debater contra as pedras da grota escura tomado pela revolta.
- Maldito seja Jesus. Malditos sejam seus seguidores em sua maldita fé. Oh desgraçado filho do Deus da mentira. Me condenastes para guardar um segredo teu.
O descuido da ira o deixou exposto. E, enfim, descoberto.
domingo, 27 de janeiro de 2008
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