quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Capítulo 3...Em nome do pai

Desde a morte de Guiorggio, há uma semana, que Jota Carlos não saía do quarto do hotel. As investigações se arrastavam e ele ainda não estava liberado para deixar a cidade ou o país. Sequer poderia ir ao vaticano, por ser um estado independente da Itália. A dor dos parentes e amigos e a expressão serena do colega romano ño caixão não lhe saíam da cabeça. recebia as refeições no quarto e não abria sequer as correspondências que se acumulavam na portaria do Hotel. Nenhum funcionário ousava infringir a ordem deixada na maçaneta do quarto: "não incomode". Mas a campainha tocou pela primeira vez depois de tantos dias. Jota Carlos só se comunicava com a redação do jornal em que trabalhava no Brasil por e-mails. Nem o telefone o incomodara naqueles dias de exílio voluntário. A barba por fazer e as feições carregadas foram expostas ao abrir a porta. Era Giulia. A mulher que transformara a vida de Giorggio e que estava desaparecida desde a sua morte estava também desfigurada pela dor. As olheiras e as feições marcadas pela dor fizeram Jota Carlos reagir rápido ao recebê-la no quarto.

- Giulia, entra. Te procurei no funeral e não te vi. Temia por você. Onde você estava? A polícia te encontrou?

- Não, Jota. Tive medo.

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